terça-feira, 16 de agosto de 2011

País de Sobremesa

Lendo essa manhã "País de Sobremesa", do Oswald de Andrade, publicado em 1937: "Os nossos economistas, os nossos políticos, os nossos estadistas deveriam refletir sobre este resultado sintético da história pátria. Somos um país de sobremesa. Com açúcar, com café, e fumo só podemos figurar no fim do menus imperialistas. Claro que sobremesa nunca foi essencial." Depois de me divertir um bocado com o humor sarcástico típico do Oswald, fiquei pensando nos comentários de alguns economistas que dizem que a crise econômica internacional só não será pior por conta da robustez econômica de países como Brasil. Então, me pergunto: somos agora o prato principal? que prato representaríamos nesse cardápio light internacional? será que seremos convidados na hora do banquete? ou seremos nós os anfitriões?

2 comentários:

  1. Como na maioria das vezes, seremos os anfitriões - Convidados e penetras vêm, comem da nossa comida, deixam restos no prato (que acabam por estragar) e levam um bocado pra casa, deixando as sobras e a sujeira aqui conosco.

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  2. No campo da política, ao meu ver, os portugueses só deixaram maldição: bagunçaram com o Brasil desde o início. Acho que o "jeitinho brasileiro" não é originalmente brasileiro, ou D João não teria saído vivo de Portugal antes de Napoleão invadir o seu país.
    No entanto, não é justo por a culpa apenas no colonizador. Também temos uma grande parcela desta culpa na manipulação dessas "máquinas" (afinal, faz mais de 150 anos que temos independência formal). O povo brasileiro ainda "assiste a tudo bestializado", sem muito agir; deixando os nossos governantes sem vigilância, permitindo, dessa maneira, que eles façam o que bem desejam do bem público, como eles têm feito.
    Não nego a minha parte nessa não-participação: também sou assim. Mas tenho consciência de que temos de fazer algo para retirar todos os politiqueiros do poder.
    Trabalho árduo será esse, mas terá que ser realizado, ou o país só crescerá em números – como mostram vários índices que tentam esconder a verdade brasileira –, e não em qualidade.

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