segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Seminário Depois do Muro:a geopolítica das artes

Seminário Depois do Muro: a geopolítica das artes


A Diretoria de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco, em parceria com a Fundação de Cultura da Cidade do Recife, promove entre os dias 09 e 11 de novembro de 2009 o Seminário Internacional Depois do Muro: a geopolítica das artes. Busca-se fazer um breve balanço das transformações e impactos sofridos pelo sistema das artes a partir da reconfiguração política, territorial e econômica pós-guerra fria. O evento pretende, portanto, tomar como ponto de partida a ruína do marco simbólico que dividia o mundo e orientava modos de posicionamento das macroestruturas e não engrossar o coro das comemorações do vigésimo aniversário da efeméride. O Seminário Depois do Muro está dividido em três mesas com os temas: A Geopolítica das Artes, Arte e Reposicionamentos Políticos e Arte no contexto Neoliberal. Participarão pesquisadores, artistas, curadores e críticos, deslocando o foco das análises para as relações entre arte, política e economia, ressaltando, sobretudo, o campo artístico como um importante vetor da sociedade capaz de gerar transformações ou impulsionar permanências. As palestras serão realizadas na Sala Aloísio Magalhães, sempre às 14h30, na Fundação Joaquim, no Bairro do Derby, na cidade do Recife. O evento é aberto ao público e serão disponibilizadas 100 vagas. As inscrições serão online a partir do dia 03 de novembro no site www.fundaj.gov.br .


PROGRAMAÇÃO:

09 de novembro (Segunda-Feira)

Mesa 1: A geopolítica das artes: Busca atualizar a discussão levantada no início dos anos 1990 por importantes críticos e curadores sobre um reposicionamento da produção artística latino-americana.

14h30
Palestras
Moacir dos Anjos (Brasil) e Nelson Herrera Ysla (Cuba)

17h
Coffee break

17h30
Rodada de debate

19h
Coquetel de Abertura do Superflex


10 de novembro (Terça-feira)

Mesa 2: Arte no contexto neoliberal: Pretende-se discutir o que significa mercado internacional, em que medida este mercado de fato abarcou as regiões emergentes e qual o status da produção artística com o capitalismo tardio.

14h30

Palestras

Marko Stamenkovic (Sérvia), Ana Letícia Fialho (Brasil) e Alexandre Melo (Portugal)

17h

Coffee break

17h30
Rodada de debate

11 de novembro (Quarta-feira)

Mesa 3: Arte e reposicionamentos políticos: Busca lançar uma reflexão sobre as possibilidades de posicionamento político na contemporaneidade. Pretende-se fazer um balanço crítico do que de fato se passou nas últimas duas décadas, destacando as reflexões a respeito da arte dos anos 1980 e atualmente, na perspectiva de artistas e críticos.

14h30
Palestras

Ricardo Basbaum (Brasil), Ligia Nobre (Brasil) e Laymert Garcia dos Santos (Brasil)


PALESTRANTES:

Moacir dos Anjos (Recife- Brasil)

Foi diretor geral do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM) de Recife, entre 2001 e 2006, e membro da equipe de coordenação curatorial do programa Itaú Cultural Artes Visuais, de 2001 a 2003. Em 2009 foi nomeado curador da Bienal de Artes de São Paulo 2010. Já foi co-curador da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, e curador da bienal Panorama da Arte Brasileira, do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Entre outros projetos de curadoria realizados destacam-se individuais de Rosângela Rennó e Cildo Meireles e coletiva de Ernesto Neto e Rivane Neuenschwander. Seus ensaios e textos críticos já foram publicados em livros, catálogos e revistas. É autor de “Local/Global: arte em trânsito” (2005). Desde 1989, atua como pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, em Recife, órgão vinculado ao Ministério da Educação brasileiro.

Nelson Herrera Ysla (Havana - Cuba)

É crítico de arte, curador, poeta. Arquiteto graduado na Universidade de Havana. Atualmente atua como Senior Fellow, Centro Wilfredo Lam Contemporary Art e curador da Bienal de Havana. Professor de design. Durante anos, realizou pesquisas no campo da comunicação de massa e desenho industrial no Instituto de Demanda Interna (1973-1980). Chefe de Promoção e de Exposições da Direcção de Arte e Design, do Ministério da Cultura (1980-1984). Colaborador da revista Casa de las Américas, La Gaceta de Cuba, Cuba, Art Nexus, Atlântico ArtesenSantoDomingo, Universidade de Antioquia, da União, entre outras publicações. Em 1984, foi curador de Cuba para a 41ª Bienal de Veneza e em 1985 convidou o Struga Poesia noites de festa, Jugoslávia.
Em 1995 e 1996, deu palestras e cursos de pós-graduação em Arte Latino-americana na Faculdade de Belas Artes da Universidade Politécnica de Valência, na Espanha, e no ano passado participou no Oracle XIII, organizado pelo Sudeste Museum of Photography, Daytona, na Flórida. Em 1997 ele foi convidado para a 1 ª Bienal Simpósio sobre Salões de Artes e na América, na cidade de Valência, Venezuela. Em 1998, lecionou no Simpósio Internacional Caribe pós-moderna na Universidade da Geórgia, Atlanta, E.U.A.. Em 1999, série de palestras oferecido em várias universidades da Guatemala e do Festival Cultura Paiz dessa nação centro-americana.
Participou em vários painéis e mesas-redondas sobre a Bienal Internacional de Arte, na Argentina, Alemanha, Itália, Equador e Brasil. Ele tem curado mais de 30 exposições de arte cubana no país e no estrangeiro, bem como curador internacional sustentado da Bienal de Havana desde sua segunda edição em 1986. Em 1992, ele recebeu o prêmio de Melhor Crítico de Arte da América Latina, Argentina conferido pela secção da AICA. Em 1999, foi atribuída a distinção Nacional de Cultura, do Ministério da Cultura da República de Cuba. Director, Centro de Arte Contemporânea Wilfredo Lam, 1999-2001.

Ricardo Basbaum (Rio de Janeiro - Brasil)
É professor do Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Uerj. Artista multimídia, professor, curador, crítico. Entre 1985 e 1987, faz o curso de especialização em história da arte na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/RJ. Faz sua primeira exposição individual em 1988, no Centro Cultural Cândido Mendes - CCCM, Rio de Janeiro. Trabalha como artista residente na Universidade Estadual de Campinas - Unicamp em 1987, e inicia, em 1989, o projeto NBP - Novas Bases para a Personalidade, realizando experiências com objetos, textos, instalações, diagramas e desenhos. Em 1991, coordena o Núcleo Teórico e o Núcleo Intermídia da Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage. Na mesma época, forma o grupo Visorama, com artistas plásticos cariocas. Em 1994 obtém o título de master of arts in fine arts no Goldsmith's College, University of London, Inglaterra. Conclui mestrado em comunicação e cultura na UFRJ em 1996. Entre 1999 e 2003, coordena a Agora - Agência de Organismos Artísticos
Ligia Nobre (São Paulo- Brasil)
É mestre em História e Teoria da arquitetura pela Architectural Association School of Architecture (Londres). Foi co-fundadora/diretora da Exo experimental org. (2002 a 2007), plataforma cultural sem fins lucrativos baseada em São Paulo. Promoveu pesquisas e projetos experimentais nas áreas de urbanismo, artes visuais e dimensões políticas, através de publicações, seminários, workshops, exposições e residências de artistas. É professora convidada do curso de especialização em arquitetura na Universidade Mackenzie, além de atuar como consultora e coordenadora de projetos de arquitetura, urbanismo e artes visuais. Foi também residente nos anos de 2006-2007 (arquitetura/urbanismo) na Akademie Schloss Solitude em Stutgart, e participou de cursos e seminários sobre os projetos da EXO em Valparaíso, São Paulo, Stutgart, Novi Sad e Zagreb.
Laymert Garcia dos Santos (São Paulo-Brasil)

Doutor em Ciências da Informação pela Universidade de Paris VII, Laymert Garcia dos Santos é professor titular do Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp e membro do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da USP e do Conselho Diretor do Instituto Socioambiental. Possui pós-doutorado pela Universidade de Paris VII (1986), pós-doutorado pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (2005) e pós-doutorado pela St. Antony's College - Oxford University (1993) . Atualmente é bolsista de pesquisa individual do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e Conselheiro do CNPC do Ministério da Cultura. Atua principalmente nos seguintes temas: Educação, Planejamento, Tecnologia.

Ana Letícia Fialho (São Paulo - Brasil)
É critica de arte independente, pesquisadora especialista em inserção da arte brasileira e latino-americana nos circuitos internacionais. Possui graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1997) , mestrado em Sciences du Langage pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (2001) , doutorado em Sciences de l'Art et du Langage pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (2006) e mestrado-profissionalizante em Gestion Culturelle et Développement de Projets pela Universite Lumiere Lyon 2 (2000) . Atualmente é Assistente de pesquisa da Professor Ignacy Sachs. Tem experiência na área de Museologia , com ênfase em Gestão de Museus. Atuando principalmente nos seguintes temas: Políticas culturais, Modernismo, arte brasileira, Museus na França.
Marko Stamenković (Sérvia)

É historiador da arte, crítico e curador. Mora em Belgrado (Sérvia e Montenegro). Tem mestrado em Política Cultural e Gestão Cultural na Universidade de Artes em Belgrado (Cátedra UNESCO de Cultura e Gestão Cultural Política para os Balcãs, 2005). Desde 2001, está ativo em vários programas internacionais (Artists Space Gallery, Nova York; Guggenheim Collection, Veneza; SKC Gallery, em Belgrado). Seus interesses de pesquisa variam de análises interdisciplinares das artes visuais contemporâneas e culturas corporativas para o empreendedorismo cultural e os aspectos do negócio de arte gerenciamento. Sua pesquisa atual gira em torno da intersecção da arte contemporânea e de negócios, onde o mercado é visto como um local de eventos sociais e culturais, que são determinadas pelo comportamento social e cultural dos consumidores. Ele é focado em temas de campanhas sociais que postulam marketing e empreendedorismo cultural, da produção de arte, os aspectos econômicos do mundo das artes visuais e indústrias culturais; a economia da arte e do status do mercado de arte em situação de pós-socialistas do Leste Europeu; implicações culturais do alargamento da UE; o estado das práticas curatoriais na condição pós-socialista; metodologias em termos de organização de exposições e eventos culturais no contexto da globalização.

Alexandre Melo (Portugal)
É doutorado em Sociologia da Cultura pelo ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa de Lisboa). Licenciado em Economia pelo ISE (Instituto Superior de Economia). Professor de Sociologia da Cultura e Arte Contemporânea no ISCTE.Colaboração regular na imprensa escrita, sobretudo no JL — Jornal de Letras, Artes e Ideias e no Expresso, de que é colaborador regular desde 1982. Na área especializada das artes plásticas colaborou, desde 1988, entre outras publicações, no diário El Pais e nas revistas internacionais Flash Art, Parkett e Artforum, desta última como colaborador regular. Dirigiu a revista cultural Belém.
Entre 1991 e 1995 foi responsável pelo magazine televisivo de artes plásticas Ver Artes na TV 2. Foi colaborador da SIC como crítico de arte. Na rádio, assina o Magazine de Artes da Antena 2. Curador da Colecção Banco Privado (em depósito no Museu de Serralves) e da Ellipse Foundation.Organizou várias exposições em Portugal e no estrangeiro, de entre as quais se destacam: Milano Europa 2000 — Fine Secolo. I Semi del futuro, comissário da participação portuguesa, PAC e Triennale di Milano, Milão, 2001; Arte Pop & Cia — Colecção Berardo, Sintra Museu de Arte Moderna, 2002; In Dreams — Cristina Iglesias, Douglas Gordon, Galeria Presença, Porto, 2002; Hollywood Boulevard — John Baldessari, Jack Pierson, Richard Prince, Galeria Presença, Porto, 2003; Grande Escala — Colecção Berardo, Centro das Artes, Calheta, 2004. Foi comissário de Portugal para a Bienal de Veneza 1997, com uma exposição de Julião Sarmento e para a Bienal de São Paulo 2004, com uma obra de Rui Chafes e Vera Mantero.Tem inúmeros textos publicados em monografias, volumes coletivos e catálogos de exposições realizadas em Portugal e no estrangeiro. Participou em inúmeros colóquios, congressos, encontros e conferências, em Portugal e no estrangeiro.


PÚBLICO-ALVO: artistas, críticos, professores, estudantes de graduação e pós-graduação e demais interessados.


INSCRIÇÕES: Serão disponibilizadas 100 vagas. As inscrições são online no www.fundaj.gov.br, a partir de 01 de novembro.


O que: Seminário Internacional Depois do Muro: a geopolítica das artes
Quando: 09, 10 e 11 de novembro de 2009, às 14h30.
Local: Sala Aloísio Magalhães, Fundação Joaquim Nabuco, Derby, Rua Henrique Dias, 609. Recife-PE.
Informações: (81) 3073-6659/ 3073-6670 | cadif@fundaj.gov.br

Momento de descontração

Só Tenho Tempo Pra Ser Feliz, composição de Toquinho

Me desculpem, amigos,
Não tenho tempo a perder.
Vivo e deixo quem quiser viver.
Viver é correr perigo,
A vida está por um triz.
Tenho tempo só pra ser feliz.

Vi formosos mundos por aí,
Vi luares prateando o mar.
Mas quando se está contente
Qualquer cantinho da gente
É o melhor lugar que há.

Quem souber olhar em torno e ver
Com os olhos sábios de aprendiz,
Vai estar de bem com a vida,
Vai achar uma saída,
Vai um dia ser feliz.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Para começarmos a semana fortalecidos

"Ninguém aprende sozinho. Tampouco ninguém ensina ninguém. Os homens aprendem em comunhão, mediatizados pelo mundo". Paulo Freire

Caderno 3 Diário do Nordeste de Fortaleza

PREMIAÇÃO (11/8/2009)
Arte e crise das utopias

O lançamento do II concurso Mário Pedrosa, no Centro Cultural Banco do Nordeste, com as presenças do professor Antônio Paulo Rezende e Natália Barros da Fundaj (Foto: Marcos Studart)
A Fundação Joaquim Nabuco lançou o II Concurso Mário Pedrosa de Ensaio sobre Arte e Cultura Contemporâneas. As inscrições seguem até o dia 18 de setembro

Estimular e difundir pesquisas centradas na produção artística e cultural contemporânea são os objetivos do Concurso Mário Pedrosa, realizado pela Coordenação Geral de Capacitação e Difusão Científico-Cultural da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).

O concurso aborda, em sua segunda edição, a temática "Arte e Mundo após a Crise das Utopias". Segundo Natália Barros, da Coordenação de Difusão Cultural da Fundaj, o tema pretende ser, ao mesmo tempo, objeto e circunstância para discussões específicas a serem desenvolvidas e apresentadas por estudiosos das artes em todo o país.

"Os conceitos de arte, mundo, crise e utopias, plenos de significados históricos e políticos nos últimos 20 anos, devem ser postos em movimento, por meio de pesquisas temáticas e teóricas. Queremos ampliar as discussões sobre a interação complexa do campo artístico (cinema, artes plásticas, música, literatura, entre outros) com as mudanças socioeconômicas e políticas", explica ela. Para o concurso serão selecionados três ensaios, resultantes de pesquisa inédita e original.

Prêmio

O prêmio individual para os trabalhos vencedores dividem-se da seguinte forma: 1° lugar (R$ 30 mil), 2° lugar (R$ 20 mil) e 3° lugar (R$ 10 mil). Conforme Barros, além da premiação em dinheiro está previsto também o lançamento de uma publicação com os ensaios ganhadores.

As inscrições para o concurso são gratuitas e deverão ser realizadas pelos concorrentes ou seus procuradores até 18 setembro. Elas podem ser enviadas via Sedex, dirigidas à Coordenadora da Fundaj, e postadas até o último dia estabelecido para as inscrições. Outras informações sobre o regulamento, objeto, tema e conteúdo do concurso estão no site: www.fundaj.gov.br

Reflexões

Durante a apresentação do concurso em Fortaleza, realizado no último dia 14 de julho, o professor-doutor Antonio Paulo Rezende, da Pós-graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe), foi convidado a discorrer sobre o tema desta edição do Concurso Mário Pedrosa.

Em tom humorado e crítico, o professor começou seu discurso analisando a necessidade do homem de atribuir significados as "coisas" que o cercam, como uma maneira de tentar preencher seu vazio existencial.

A partir desse aspecto, o pesquisador levantou algumas questões pertinentes aos campos da arte e da história. "A medida em que o tempo passa, ele é relido. A memória é um diálogo com o esquecimento e, também, com a lembrança. O tempo é um diálogo com o passado e com o presente. Fazemos arte com aquilo que existiu, por isso a importância de retomar as utopias", explica o professor.

Para Rezende, a contemporaneidade traz em voga as relações descartáveis e o efêmero, onde consumimos coisas, pessoas e arte. "No geral, a gente nunca faz uma reflexão sobre o que lemos e o que vemos. A nossa crise é fruto da quebra do contato com o outro. É dos momentos de crise que conseguimos nos reconstruir, crescer".

Ações da Fundaj no Ceará

Vinculada ao Ministério da Educação, a Fundação Joaquim Nabuco tem como missão promover atividades científicas e culturais, buscando a compreensão e o desenvolvimento da sociedade brasileira, prioritariamente as das regiões Norte e Nordeste.

Apesar de ser uma instituição de cunho federal, a Fundaj concentra a maior parte de suas ações no Recife, cidade onde se localiza sua sede. Entretanto, com o intuito de ampliar suas atividades por outros lugares do Nordeste, ela vem estreitando laços com o Ceará, através de uma parceria com o Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB).

Conforme Jaqueline Medeiros, coordenadora do núcleo de artes visuais do CCBNB, a primeira atividade prevista entre as instituições, é a realização, de 2 a 5 de setembro, do curso "Aproximações da Escrita da Arte", com a crítica de arte e coordenadora geral de capacitação e difusão cientifico-cultural da fundação, Cristiana Tejo.

O curso pretende aproximar as artes visuais com outros campos do conhecimento por meio da participação de alunos, professores e pesquisadores de História, Filosofia, Artes Cênicas, Sociologia, Literatura e Jornalismo. Ele visa ser um exercício de narrativas sobre os processos artísticos atuais.

"O Cariri é uma região onde a cultura popular é bastante forte, queremos também ampliar a discussão e estimular o desenvolvimento de estudos sobre a produção contemporânea. Existem muitos artistas visuais lá, precisando de um acompanhamento crítico que contribua com a sua própria pesquisa", explica Jaqueline Medeiros.

O curso terá uma parte presencial e a outra será a distância. O CCBNB irá disponibilizar os computadores da biblioteca virtual de seu centro cultural na região, para a efetivação desta etapa.

De acordo com Cristiana Tejo, a idéia da Fundaj é atuar não só na capital, mas também atender as cidades do interior. "A parceria é o início da formação de uma massa crítica de pensadores sobre arte contemporânea, seguiremos uma linha mais de formação curatorial e crítica. No curso iremos mostrar aos participantes como pensar e escrever um texto crítico sobre uma obra de arte ou uma exposição".

FIQUE POR DENTRO

Do ponto de vista do crítico de arte

De acordo com Otília Beatriz Arantes, professora de Estética, no Departamento de Filosofia da USP, Mário Pedrosa foi um incansável militante político socialista e um brilhante crítico de arte, principalmente das Artes Plásticas e da Arquitetura. Sua estréia como crítico aconteceu em 1933, em uma conferência sobre a gravurista alemã Kaethe Kollwitz. Tornou-se, em seguida, um dos nossos críticos mais importantes, inclusive no cenário internacional, coisa rara de se alcançar ainda hoje. Durante décadas publicou incansavelmente em jornais brasileiros e revistas estrangeiras. Foi o autor da primeira interpretação marxista da arte feita no Brasil. Ao longo de mais de cinco décadas acompanhou de perto a batalha dos jovens artistas e foi um dos grandes responsáveis pela atualização da arte moderna no Brasil, um verdadeiro "arauto" das nossas vanguardas estéticas. No início da década de 1940, processou-se uma mudança na predileção do crítico que passou a apoiar uma arte sem mensagem social ou política explícita. A explicação da mudança de interesse da arte proletária para o abstracionismo é um dos assuntos mais controvertidos na análise da obra de Pedrosa. Uma explicação estaria em sua ligação com o Manifesto por uma Arte Revolucionária Independente, elaborado por vários artistas.

Mais informações:

II Concurso Mário Pedrosa de Ensaio sobre Arte e Cultura Contemporâneas, da Fundação Joaquim Nabuco. Inscrições seguem até 18 de setembro, das 9h às 12h e das 14h às 17h, no seguinte endereço: Rua Henrique Dias, 609, Derby, Recife-PE. CEP: 52.010-100. As inscrições poderão ser enviadas via Sedex, dirigidas à Coordenadora Geral de Capacitação e Difusão Científico e Cultural, da Diretoria de Cultura da Fundação.

Contatos: (81) 30736659 ou www.fundaj.gov.br

ANA CECÍLIA SOARES
REPÓRTER

Pensar por si mesmo

Queridos alunos e alunas,
quero compartilhar com todos o pensamento de um filósofo alemão do século XIX chamado Arthur Schopenhauer. Durante esse feriadão,as palavras desse filósofo ecoavam em minha mente a medida que eu avançava na correção das fichas de vocês:
"A mais rica biblioteca, quando desorganizada, não é tão proveitosa quanto uma bastante modesta, mas bem ordenada. Da mesma maneira, uma grande quantidade de conhecimentos, quando não foi elaborada por um pensamento próprio, tem muito menos valor do que uma quantidade bem mais limitada, que, no entanto,foi devidamente assimilada".
É pessoal,sendo ainda mais claro, Shopenhauer enfatiza:
"no fundo, apenas os pensamentos próprios são verdadeiros e têm vida,pois somente eles são entendidos de modo autêntico e completo. Pensamentos alheios, lidos, são como as sobras da refeição de outra pessoa, ou como as roupas deixadas por um hóspede na casa."
O que isso tem a ver conosco? Tudo. A maioria esmagadora das fichas trouxe cópias da internet ou de livros. Eu já não sabia mais quem copiou de quem. Os textos eram bons, eram.Mas, queridos, não eram pensamentos de vocês, não era o vocabulário dos meus queridos alunos do 7º ano. Entendem?
Foi muito prazeroso encontrar aqui e acolá alunos e alunas que fizeram o trabalho com seus próprios pensamentos. Eram textos menores, mas, fiquem certos, muito mais significativos que alguns tratados que recebi.
Pensem sobre isso. O que de fato aprenderam respondendo aquelas duas fichas sobre a modernidade ocidental? Quais as descobertas que ficaram, independente do A, AP ou NA?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Trabalhando lá e cá

Ficarei três semanas em curso pelo Brasil: Porto Alegre, Belo Horizonte e Brasília.
Estarei trabalhando muito!!!! Eu pelo meio do mundo e meus aluninhos no CAp, trabalhando muuuuito também.
Terão muito o que fazer na minha ausência. Assistirão 3 documentários bem legais (O mundo moderno em Formação, Da Vinci e Galileu Galilei) e, se der tempo, o filme Elizabeth. Teremos ficha de análise para os três documentários. O filme, se rolar, acompanhará apenas discussão, de forma mais relaxada, sem produção escrita.
Na minha volta, quero as fichas respondidas individualmente e postado o que foi solicitado para os blogs.
Seguem as fichas dos documentários.
Bjocas

Homens entre a razão, a fé e a política nos séculos XVI e XVII

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE EDUCAÇÃO
COLÉGIO DE APLICAÇÃO
DISCIPLINA: HISTÓRIA
PROFESSORA: NATÁLIA BARROS
7º ano / 2009
3º Bimestre
Nome:

Série:

FICHA 2 – TEMA: Homens entre a razão, a fé e a política nos séculos XVI e XVII
Atividade: exibição de documentário
Dados do Filme

GÊNIUS: Leonardo, Galileu, Darwin
Produção: Cromwell Produções
Ano: 2004
Tempo de duração: 50 minutos

Questões:

1. Algumas cidades italianas são destacadas ao longo do documentário. Escolha duas delas, pesquise um pouco mais e elabore um pequeno texto.
2. Comente a frase: Leonardo Da Vinci é a primeira mente moderna da história.
3. Apesar de pacifista Leonardo Da Vinci projetou algumas armas de guerra. Que motivos teria para isso? A quem direcionaria tais projetos militares?
4. Destaque duas das invenções de Leonardo Da Vinci que despertaram seu interesse.
5. Qual o significado de Mecenato?
6. Pesquise e descreva a técnica de pintura tradicionalmente adotada pelos artistas até o século XV e a nova técnica utilizada por Da Vinci e outros artistas posteriormente.
7. Pesquise e cite dois importantes retratos pintados por Da Vinci.
8. Pesquise sobre a ciência nos séculos XVI e XVII e procure apresentar as diferenças em relação ao período medieval.
9. Quais as relações entre a Igreja e o pensamento científico nascente?
10. Pesquise mais sobre o racionalismo moderno e produza sua definição para a esse termo. Apresente o resultado no blog do grupo.
11. Qual a principal diferença entre o pensamento do grego Aristóteles e o de Galileu Galilei?
12. Destaque aspectos que considere interessante da vida de Galileu. Apresente os resultados no blog do grupo.
13. Qual a teoria defendida por Galileu que irritou a Igreja Católica? Explique essa teoria.
14. Afinal, em sua opinião, por que a Igreja perseguiu homens como Leonardo Da Vinci e Galileu Galilei?

O Mundo moderno em Formação

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE EDUCAÇÃO
COLÉGIO DE APLICAÇÃO
DISCIPLINA: HISTÓRIA
PROFESSORA: NATÁLIA BARROS
7º ano / 2009
3º Bimestre
Nome:

Série:
FICHA 1 – TEMA: O Mundo Moderno em Formação
Atividade: exibição de documentário

Dados do Filme

HISTÓRIA DA HUMANIDADE: O RENASCIMENTO, A REFORMA E O ILUMINISMO
Produção e Distribuição: SBJ Produções
Duração: 30 minutos

Questões:

1. Elabore um texto apresentando as características mais marcantes da chamada Era Moderna.
2. Pesquise e aprofunde seus conhecimentos sobre as bases do Renascimento Cultural dos séculos XV e XVI, depois elabore sua definição de Renascimento.
3. Relacione o desenvolvimento do comércio e da vida urbana com o surgimento do Renascimento.
4. Escolha um dos renascentistas citados pelo documentário e aprofunde a pesquisa sobre ele. Apresente os resultados, de forma criativa e consistente, no blog do seu grupo.
5. O que defendiam os reformistas religiosos do século XVI?
6. Que fatores impulsionaram a reforma empreendida por Martinho Lutero?
7. A reforma ocorrida na Inglaterra teve apenas caráter religioso? Justifique sua resposta.
8. Aprofunde seus conhecimentos sobre as relações entre a Igreja Católica e a política alemã antes da Reforma. Apresente os resultados no blog do seu grupo.
9. Elabore um sobre luteranismo, calvinismo e anglicanismo, apontando os princípios, país de origem e principais representantes.
10. Aponte as ações da contra-reforma católica.
11. Pesquise e explique o surgimento dos monarcas absolutos na Europa. Em que eles se diferenciam do rei medieval?
12. Aprofunde seus conhecimentos sobre Luís XIV, o rei sol. Apresente os resultados no blog do grupo.

domingo, 2 de agosto de 2009

Com velhos e novos amigos em Fortaleza

Carol Ruoso, amigona de outros carnavais, o pessoal da Vila das Artes (Enrico, Silvia e Marcio), espaço super bacana e Silvania de Deus (estilista maravilhosa!).

Pedaços do Brasil

Durante o mês de julho, divulgando o II Concurso Mário Pedrosa de Ensaios promovido pela Fundação Joaquim Nabuco, viajei por 6 capitais brasileiras. Ficando uma média de 3 dias em cada uma das cidades, experimentei a sensação de viver a tão alardeada diversidade brasileira. É bom demais!!!
Do céu exuberante de Fortaleza e Belém até o frio arretado de Curitiba, o Brasil é bom demais!
Não é um paraíso. O assaltante de bolsas na Avenida Paulista nos chama para a realidade terceiro mundista, também a malandragem dos taxistas em Salvador nos mostram que mesmo para uma brasileira da gema, não é fácil ser turista em certos estados.
De toda forma, essas chateações fazem parte das histórias de viagens.
Agora quero só destacar as belezas naturais, as delícias gastronômicas e, claro, a acolhida maravilhosa de todos por onde passei.
Para meus aluninhos, deixarei, aos poucos as dicas culturais. Morram de inveja!!! kkkk
Destaco a maravilha de ter visitado o Complexo Luzitânia Feliz em Belém, com casarões, fortes e a baía do Guajará. Maravilha!

Entre uma história e outra: aprendendo a viver

ENTRE UMA HISTÓRIA E OUTRA é o espaço para trocarmos experiências e potencializarmos nossa percepção do mundo, da história, do outro e de nós mesmos.
Para mim será um desafio mantê-lo atualizado e movimentado. Conto com meus aluninhos para que, de fato, possamos tirar proveito das várias possibilidades oferecidas por esse tipo de ferramenta. Claro, conto com os amigos também, para darem pitacos, críticas e sugestões.

Igreja de São Lásaro vista da janela do Programa de Pós-Graduação em História da UFBA.

Janela do escritório do Museu de Arte Moderna-MAM da Bahia, em Salvador.
Lindo demais!